Vida Seca

Deixei o meu sertão

minha casa de chão batido

o coração partido

vim para o sul me arriscar

Peguei minha mala

e uma moringa

minha esposa linda

e dei meu gato angorá

Dias e dias viajando

a mais nova no colo chorando

o peito ia apertando saudade

da terra que deixei lá

mas a seca é tamanha

água não tem onde apanha

tão cedo a chuva vai chegar

minha vaquinha magrinha,

sem ter o que pastar

deixei com minha madrinha,

faltou coragem de matar

aqui no sul é um frio danado

mas já tenho três filhos formados

e uma casa para morar

hoje aqui é feriado

paulista é desconfiado

trabalhei que nem escravo

não esqueço de meu sertão

um dia ainda vou voltar.

Edilson Barro Preto
Enviado por Edilson Barro Preto em 04/02/2010
Código do texto: T2069461
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