SINA DE COLONO

Esta poesia foi feita a anos, quando muitos colonos tiveram suas terras desapropriadas para a construção da barragem do Passo Real.

Nada a ver com o MST, movimento que NÂO simpatizo.

SINA DE COLONO

Este coitado que você vê encostado

Rosto cansado, com ares de solidão.

É o colono do Rio Grande do Sul

Que não tem terras para sua plantação.

Desde piá aprendeu a manejar

Enxada e pá, quando teve força o arado.

Dedicou na vida a um aprendizado sem futuro

Prá quando velho não ser marginalizado.

Sua morada é a beira da estrada

Abandonada junto a cerca de estância

Se quiser plantar tem que ser no corredor,

Enquanto outros possuem terras em abundância.

Até agora muitos, já foram embora

País afora em busca de solução.

Se assentarem, meu Deus, quem sabe onde

Com direito a um pedaço de chão.

Hoje a saudade e a infelicidade,

Lhes dão vontade de fugir da solidão

Rever amigos, plantar e se divertir

Com as tertúlias, e rodas...

Rodas de chimarrão.

Sua morada é a beira da estrada,

Abandonada em meio a mata virgem

De onde ninguém ouve

Seus gritos e apelos

Que quer retornar a sua origem.

Eugenio Simioni
Enviado por Eugenio Simioni em 12/06/2005
Código do texto: T24088