Falta de ar 6815

O mendigo passa em frente ao "Shopping Center"

O povo acha isso tão normal, tranquilamente.

Fama, lixo e poder

Nos ensinam os valores que jamais queremos ter...

Estou preso, mãos atadas, por minha falta de ar

Que me impede de ter sonhos, que me impede de gritar.

Outro mendigo caça luxo numa esquina

E mais um cara se assusta com uma menina

Que pergunta pra ele as horas;

Diz que não sabe e vai embora.

Chave e fechadura que não param de girar

E me deixam vulnerável ao brindar e ao falar.

Muitos carros se parecem com o da minha sogra...

Por quanto tempo ainda serei alvo de chacota

Dependendo de um camelo pra me locomover,

Dependendo da voltagem pra chegar até você?

Ninguém nunca será igual a alguém

Numa terra em que a destreza fica aquém...

Passei pelos lugares onde estive com você

E nenhum deles me indica onde é que eu te encontro,

Pois a mundos diferentes, campo neutro não existe

Como a dor — minha saudade — que da sua voz consiste.

Ninguém nunca será igual a alguém

Numa terra em que a destreza fica aquém...

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 23/08/2010
Reeditado em 23/08/2010
Código do texto: T2455419
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