O ALECRIM E A GOIABEIRA

É impressão minha

Mas eu vi a flor

No alecrim da vida

Alecrim que cresce em flor

Na semente do dia-a-dia,

Ninguém semeou

O alecrim em ramos,

Alecrim,

Alecrim do campo

Que cresce e então

Semeia outro grão

De sua linda flor.

E a goiabeira extinta,

Frutífera... mas

Um dia voltou

Florida, totalmente florida.

A goiabeira

Então se encantou

Pelo alecrim

Que em sua volta criou;

Semente pequenina

Que cresce na vida,

Alecrim entertido

Com o fruto da flor

Alecrim e goiabeira

A lenda não é bem a mesma,

Goiabeira e alecrim

A lenda não é bem assim.

E o vento levou

Um pedaço da flor,

Uma semente caia

No chão da vizinha margarida

Que queria virar rosa,

O tempo passou e então realizou

Margarida era rosa

E não mais tão vistosa

Por fim se acabou...

E a lenda resistia

O alecrim sua raiz secou

E a goiabeira tão triste ficou.

Passaram se os anos

O tempo passando,

A goiabeira morria

No sentido da vida...

E aquele pedaço de flor

Na terra se encontrou

Com a semente que caíra

Caíram na terra

E germinaram a vida

Da nova semente que cresce.

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Extraído do 1º disco de composições de Tiago Henrique: O hoje de ontem (2002-2003)