Destino, para Adoniran Musicar

É certo que a Astrude

Não é um poço de virtude

Mas a falta de candura

Sempre tem alguém que atura

Bem o disse o Nicolau

Coitado daquele moço

Se enterrou até o pescoço

Ao embarcar naquela nau

Com uma ponta de malicia

Ela só com uma carícia

Fazia em lago ameno vendaval

Astrude , ainda é setembro

Não é época de confete

Com dois ou três, se eu me lembro

Ela já virou manchete

No mês nove ela, já fez carnaval

Em barzinhos de sinuca

Tem montado suas arapucas

Dividindo os marginais

Esperando, com as panelas quentes

Nicolau se mantém crente

Que Astrude vai voltar

Mas no fundo ele sabe

Que sua faca vira um sabre

Se uns bares de sinuca,

Ele um dia visitar

Para se ter uma Astrude

Nicolau mede a atitude

Mas bota a vila a comentar

Nicolau não espere troco

Assuma logo seu enrosco

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 10/11/2010
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