MAL NENHUM

Nunca viram ninguém triste?

Por que não me deixam em paz?

As guerras são tão tristes

E não tem nada demais

Me deixem, bicho acuado

Por um inimigo imaginário

Correndo atrás dos carros

Como um cachorro otário

Me deixem, ataque equivocado

Por um falso alarme

Quebrando objetos inúteis

Como quem leva uma topada

Me deixem amolar e esmurrar

A faca cega, cega da paixão

E dar tiros a esmo e ferir

O mesmo cego coração

Não escondam suas crianças

Nem chamem o síndico

Nem chamem a polícia

Nem chamem o hospício, não

Eu não posso causar mal nenhum

A não ser a mim mesmo

A não ser a mim mesmo

A não ser a mim

Cazuza/ Lobão

Tomb
Enviado por Tomb em 30/11/2010
Código do texto: T2646364
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