VIDA NO NORDESTE.

Manoel Lúcio de Medeiros.

Falando - "Eita que Nordeste querido, aqui quando chove, tem fartura, pois a terra é boa e da de tudo o que se planta! Oh! Terrinha boa! Obrigado meu papai do céu!"

I

No meu Nordeste o meu povo é silvestre,

A terra é boa e dá de tudo que se planta,

Aqui quem nasce traz no peito a lembrança,

Que na infância comeu muito mugunzá!

De manhãzinha muito cedo na lavoura,

Limpo meu milho, meu arroz, meu algodão,

À tarde volto para casa e não me canso,

Pois quem me espera é minha esposa no portão!

Oh! Como é bom, viver a vida lutando com fé em Deus!

Comer da terra a semente que ele deu,

No fim da safra ver fartura no quintal!

Oh! Como é bom, comer canjica e beber leite mungido,

Sentir no peito este amor e num gemido,

Agradecer a Deus por tudo que ele fez!

Falando - "Eita Nordeste querido, Aqui é a terra do feijão, do milho, da cana de açúcar, do queijo, da pamonha, da tapioca, do fubá e do baião de dois!"

II

No meu Nordeste tem um povo que investe,

A chuva é boa e o juazeiro nos encanta,

O pasto nasce o gado cresce e a gente canta,

Comendo queijo e bebendo aluá!

E pela noite o vento traz uma garoa,

E o frio bate, e o orvalho do céu cai,

Meu Deus do céu a natureza é uma patroa,

Pois tudo aquilo que ela manda é Deus que faz!

Oh! Como é bom, aqui na terra dá de tudo que se pensa!

O jerimum, a melancia e a pimenta,

A rapadura com farinha é tão legal!

Oh! Como é bom, limpar a roça e beber água na cabaça!

Olhar pro céu e receber tudo de graça,

Ganhando o pão com o suor, Deus que mandou!

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Malume
Enviado por Malume em 15/10/2006
Código do texto: T264837