Paradoxo

Chega! E chega sem pedir licença.

Meu som, minha inspiração,

Minha quase razão, se não fosse tanta emoção.

Em toda extensão das minhas letras,

você é meu assunto principal.

Amor, sim. Quase banal.

E você, meu pecado quase mortal.

Minha alma na lama, a minha perdição.

Meu gosto em desgosto.

Minha fé em pedaços, minha boca em teu pescoço.

Minha arte rima dor e o amor.

Você, meu paradoxo.

Meu céu e meu inferno.

Meu gelo e meu calor.

Teu nome cerca os meus gestos.

Meus dedos abraçam teu mundo que um dia foi meu.

Já fui ao longe, cheguei ao fundo.

Do norte a sul, teu cheiro me acompanha.

E só o teu jeito me assanha.

É só o teu beijo me arranha.

Me encharco nos teus braços e me alimento do teu gosto.

Canso do desamor e canto o desencanto.

Mas até em meus poros, vejo o teu rosto.

E entre as tuas pernas, as minhas.

Entre o meu som, teu nome.

Invento um fim sem ponto final.

Você, em toda extensa das minhas letras... meu assunto principal.

Débora Andrade
Enviado por Débora Andrade em 26/01/2011
Código do texto: T2752455
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.