Paradoxo
Chega! E chega sem pedir licença.
Meu som, minha inspiração,
Minha quase razão, se não fosse tanta emoção.
Em toda extensão das minhas letras,
você é meu assunto principal.
Amor, sim. Quase banal.
E você, meu pecado quase mortal.
Minha alma na lama, a minha perdição.
Meu gosto em desgosto.
Minha fé em pedaços, minha boca em teu pescoço.
Minha arte rima dor e o amor.
Você, meu paradoxo.
Meu céu e meu inferno.
Meu gelo e meu calor.
Teu nome cerca os meus gestos.
Meus dedos abraçam teu mundo que um dia foi meu.
Já fui ao longe, cheguei ao fundo.
Do norte a sul, teu cheiro me acompanha.
E só o teu jeito me assanha.
É só o teu beijo me arranha.
Me encharco nos teus braços e me alimento do teu gosto.
Canso do desamor e canto o desencanto.
Mas até em meus poros, vejo o teu rosto.
E entre as tuas pernas, as minhas.
Entre o meu som, teu nome.
Invento um fim sem ponto final.
Você, em toda extensa das minhas letras... meu assunto principal.