Santo Mendigo.

É na sua casa que eu entro quando saio da minha...

Não bato os pés, não te peço permição, não dou a mínima.

Sou mais ignorante do que tu,

de vez em quando, ainda mando você tomar no cú.

A minha esmola eu jogo no teu chão,

não te dou dinheiro, nem um pedaço de pão...

E com isso você não alimenta apenas sua barriga!

Só de pensar que minha mente é poluída.

Maldita briga.

É esse céu, é esse inferno.

Juntos somos, a junção desses estranhos elos!

Vez ou outra, vem um de boa fé:

humildemente, provavelmente uma mulher!

Dá dois, três reais... e você tira metade e dá aos demais.

Vai a igreja, todo imundo.

E o teu Deus fingi-se de surdo...

Enquanto você oferta seus míseros réis.

Talvez tu sejas mais fiel do que os fiéis!

Guardião das ruas, guardião dos bares.

Guardião das praças, e das cidades...

Santo Mendigo és!

Tenha fé no mundo, da cabeça aos pés.

Um dia sua vida pode melhorar,

e a minha quem sabe, até piorar...

Mas se formos juntos, eu te dou meu endereço.

Rezaremos juntos, porque rezar não tem preço.

Eu mereço... Santo Mendigo!

Tenha dó de mim Guardião do mundo.

Você tem liberdade, enquanto eu só tomo susto.

Tens o mundo todo teu!

E medo tenho eu.

Rogai por nós, Santo Mendigo meu...

Belra Cross
Enviado por Belra Cross em 24/04/2011
Código do texto: T2928011
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.