FALANDO DA SAUDADE.

A saudade arde e depois já vai tarde,

fica rala, acaba jogada numa vala,

vira uma coisa qualquer.

A saudade arranca do peito,

o que temos de mais guardado,

depois esquece todo estrago,

sai mansinho como nada quer.

A saudade tem voz forte,

empurra direto pra morte,

depois pede desculpas e se manda,

acaba jogada onde der.

A saudade é exigente,

vai detonando o que tem pela frente,

depois diz que não era nada disso

fica lá longe até quando puder.

A saudade quando mira na gente,

parece que nunca ficou tão rente,

depois some no horizonte de uma vez,

fica fugida até quando Deus quiser.

A saudade é coisa esquisita,

dói fundo, cutuca, arranha, irrita,

depois ninguém lembra mais do cheiro,

vira um zumbi vagando pelo mundo

até o dia alguém convide pra entrar.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 16/07/2011
Reeditado em 16/07/2011
Código do texto: T3098379
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