NOTURNO

A mesma coisa... sempre

A mesma coisa,

Não pode mais me incomodar

Nessas ruas escuras

Num copo de cachaça

Num bar de esquina

Numa vida, sub-vida

Aquele poste sempre acende... mais cedo

Aquela lua sempre chega nas noites de inverno

O frio me congela... o vento bate

Eu me concentro numa estrela

Que brilha lá no céu

As portas se abaixam

O comércio fecha,

Uma vida de plantão

E uma febre febril.

Tudo de novo,

O sol aparece

A gente chega e não vê mais ninguém.

É que eu tenho que aceitar

Tem gente que depende de mim.

A produção não pode parar

A gente tem pressa...

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Extraído do 16º disco de composições de Tiago Henrique: Dinheiro (2008)