A PONTA
Vou brincar
De fazer você sorrir,
Vou esperar
O sol nascer quadrado
Achou que era romance
Se esbarrou num beco escuro
Pensou que era seguro
Segurando um revólver
Atirou... contra a cabeça de um doutor.
Na mochila LSD
Na outra mão algumas coisas
Ao lado de uma loira
Que o seduziu fielmente
Com seus olhos azuis,
Com seu corpo de ninfeta
Com sua boca de sereia
Se danou
Pensou que era amor,
Na outra mão uma escopeta
Rendia sua rebeldia incontrolável, controlável.
É que eu não quero mais saber
Põe a mão no chão
É que eu não quero mais saber
Põe a mão no chão
É que eu não quero mais saber...
A boca agora tem
Donos diferentes,
A boca de sereia cheia de areia,
A ponta da escopeta
Continua sendo alheia.
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Extraído do 17º disco de composições de Tiago Henrique: Desligado (2008)