Diante de tantas feridas abertas...

Me perdoe sê ceguei,

diante de tantas feridas abertas,

sê ouvi e me calei,

diante de tantas feridas abertas,

sê teu pranto não enxuguei,

diante de tantas feridas abertas,

sê fugi e não lutei,

diante de tantas feridas abertas.

Diante de tantas feridas abertas,

sou todas as dores na face do mundo,

diante de tantas feridas abertas,

crianças com fome, adultos confusos,

diante de tantas feridas abertas,

algumas centenas reinam absolutos,

diante de tantas feridas abertas,

sou todos os tolos sem face no mundo.

Diante de tantas feridas abertas,

clausura e declínio na sociedade,

diante de tantas feridas abertas,

a dor não sentida impede a coragem,

sou todos os tolos na face do mundo,

escravos escusos na sombra da imagem,

diante de tantas feridas abertas,

desenho ruínas, mas clamo a bondade.

Diante de tantas feridas abertas,

ecoa este grito, é feia a verdade,

sou todas as dores na face do mundo.

Me perdoe sê falhei,

diante de tantas feridas abertas,

não menti e não roubei,

diante de tantas feridas abertas,

senti fome, mas não matei,

diante de tantas feridas abertas.

Diante de tantas feridas abertas,

o mundo em silêncio, o olhar obscuro,

diante de tantas feridas abertas,

sou todas as dores na face do mundo.

Diante de tantas feridas abertas,

o mundo em silêncio, o olhar obscuro,

diante de tantas feridas abertas,

sou todas as dores na face do mundo.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 22/08/2011
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