Cidade genocídio

Menino engraxate carrega caixinha nas costas vestindo terno e gravata

Trabalha para ganhar um trocado para defender o seu pão

É isso ai é só correria é o dia a dia

A vida não para nessa selva de massas de asfalto e aço

É cada um promovendo a sua própria colheita

Homem não deita de cabeça fresca se não tiver

Sobre a mesa um prato de angu para comer

E um lençol na sua cama para se cobrir

É não é festa

E cidade genocídio

É um estampido

É ladrão correndo no meio da praça

É tropa de elite atirando a sangue frio no meio da cara

É mendigo morrendo de frio no meio da madrugada

É cidade genocídio, não tem perdão

Se o teu coração sofre é por que

Esta no meio dessa prisão

É nossa política nacional,

Sinônimo de roubalheira e incompetência verbal

Um dia eu acreditei que a política desse país

Podia ser normal e me fazer sorrir

Mas me enganei, eu me arrependi

Estamos perdidos se dependermos desses cretinos

Mas eu quero dizer que somos unidos pelo amor do pai celestial

É a filosofia urbana da transgressão,

É nossa rebeldia não acreditar nessa patifaria

É lutar por uma alternativa de vida

Mesmo apanhado na frente do camburão é a nossa conquista

É minha música de protesto, é a nossa busca de melhoria

É preciso mudar esse sistema, é preciso entrar no combate

É preciso derramar nosso sangue, é preciso virar mártir

É preciso continuar, pois o legado tem que reviver

É cidade genocídio, ela tem que deixar de existir, ela tem que morrer

Marcello dos Anjos
Enviado por Marcello dos Anjos em 04/11/2011
Reeditado em 19/02/2012
Código do texto: T3316585
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