AO MEU TEMPO.

Quando

o meu tempo trouxer meus balagandãs, todos,

e fizer do seu gingado as rédeas frugais da minha alma,

voarei.

Dispensarei asas, trampolins, guizos.

Dispensarei

sangue, ossos, suor.

Quando o meu tempo trouxer suas cicatrizes

pegarei todos meus remendos e voarei.

Dispensarei os mitos, os gritos, as sereias.

Dispensarei as mentiras, as ranhuras, os excessos.

Quando o meu tempo se fizer ventre, peito e gozo

buscarei dentro de mim o que a vida guardou no seu baú dos sonhos.

E fisgarei deles as bandeiras que deixei de hastear,

as bocas que virei de lado pra não beijar,

o olhos dos quais me desviei sempre quando não deveria.

Então

meio desencardido, meio envergonhadeo, meio confuso,

olharei pra todos que fizeram parte do meu show e direi obrigado, valeu!

Porque nessa hora estarei purgando meus frágeis golpes de mestre,

meus ocos pedidos de aplausos,

meus pobres desejos de ser feliz.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 24/12/2011
Reeditado em 19/02/2012
Código do texto: T3404585
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