Não solte minha mão!
O sol insiste em soltar faíscas,
É como a eletricidade que ilumina a escuridão,
Eu já posso partir, quando o corpo parar de respirar,
Eu não poderia ter você em outro momento,
Os relógios ficam sombrios e o tempo escava minutos.
Como um gelo o futuro parece realmente boiar,
Meus olhos podem se abrir depois de tanto tempo fechados,
Você traçou rotas e por elas pode me guiar,
E no meio daquele denso frio que repentinamente aparece,
Vejo me tocando seus lábios quentes que me aquecem,
Perco peças que aos poucos se esvaem,
Tropeço em pedras criadas pelo destino,
E la está você rente a minha cintura pronto para me segurar.
Os pesadelos somem, e o arco - íris aparece,
Reconheço o inevitável,
Reconheço o tempo que sempre caminhou ao meu lado,
Você consegue me satisfazer?
Então garoto, não solte minha mão.
Bebida quente nos aguarda na mesa,
E com um cálice preso em minhas têmporas,
O liquido jorra explosões que nos fazem tocar os corações,
E como uma brisa leve, a lua ilumina nós dois.
Pensamentos abrem novos espaços aqui dentro,
Há um instrumento perpétuo que trafega em minhas veias,
Mata a desconfiança, alimenta o prazer,
Palavras esta noite quase não serão usadas.
Não solte minha mão quando for pular penhascos,
Leve me junto e saltaremos sobre as nuvens do manhã,
Os céus se perdem e se encontram em sintonia tênue,
Pare o tempo e fique comigo mais uma noite.