Folia, sirene e giroflex

Folia, sirene e giroflex

O carnaval perdeu o ziriguidum:

a cada hora mata mais um...

Entorpecentes, gasolina com rum,

pólvora e sangue: tudo é comum...

Quantos risos falsos forjam alegrias?

Cinzas vêm na quarta: santa hipocrisia...

Se os olhos se negam ver a verdade,

denúncias virão de encontro à iniquidade...

Enquanto a mídia mostra o lado bom,

defuntos surgindo e calando o som

da Festa da Carne desumana...

Sei já ser tarde pra se salvar...

Mais multidão com fogo eterno nos pés:

folia, sirene e giroflex...

Tem confusão, mesmo com polícia ali:

tantos tontos bebem até cair...

Chama a ambulância: mais um excedeu...

Acabou com a farra e quase disse adeus...

Bombeiros retiram corpos das ferragens:

não há quem não choque vendo essa imagem...

Os gringos importam corpos já nus...

E o povo, já ébrio, só toma lá,

na Festa da Carne desumana... Sei já ser tarde pra se salvar...