CANTO DE MAR

Num velho canto de mar, pisando firme no chão;

O dia pra vadiar, sem medo da solidão;

Beleza que já não há, ficaram rochas no chão;

Vontade louca de amar, vencido no coração;

E a gente se ama, se perde se engana;

no mesmo canto de mar;

A gente se cansa, entristece e faz manha;

e já não quer mais sonhar;

Termina aqui o meu sonho;

um edifício montou;

criou motéis e boates;

o mundo já endoidou;

Eu fico triste calado,

com o peito sofredor;

a natureza mulher;

que o Homem desmoronou;

E a gente se ama, se perde se engana;

no mesmo canto de mar;

A gente se cansa, entristece e faz manha;

e já não quer mais sonhar.