Enganados

A minha vida eu traço num grito

Compasso do meu coração

Eu vejo o povo

Sofrido, enganado

Pedindo a vida pedindo perdão

Humilham-se no asfalto tentando viver

Migalhas não bastam

Trocados mal dados

Sem ter Porquê

Pivetes nos bancos das praças

Esperam a hora de agir

Se houvesse mesmo seriedade

Garanto que eles não estariam ali

Brasileirinhos, brasileiras

E muito farsante querendo enganar

Declaração está no papel

Mas crianças padecem

Com fome e sem lar

Composição feita em julho/1989, aos 21 anos