Ao depois
Na rua eu sei
andar para frente
Ouço os motores
Lamento as dores
a esquina vazia
a próxima vez
que nem fez chegar.
Me diz
há quanto tempo esperamos
há quanto amamos
o quanto faltou o ar.
A pé com fumaça
procuro um abrigo
para me afogar
não gosto das luzes
gosto das cores
da vida apagada
do tempo das rosas
a lhe machucar.
Entre os meus dedos
e os cantos da sala
tento enxergar nas frestas
motivos para me jogar.