MINHA INFANCIA
Cresci vendo a roça de milho crescer
Feijão, vi meus pais muitas vezes colher
Na várzea ao lado de um matagal
Era lindo ver aquele arrozal
Aipim, gerimum, maxixe,melancia
Na roça, meus pais de tudo colhiam
Galinheiro cheio, dava gosto ver
Leite da vaquinha pra gente beber
Pela estrada afora, pé no chão eu vinha
Feliz , sorridente para escolinha
Cadernos guardados no meu embornal
Aquilo era um luxo, eu achava legal
Aos domingos ia a capela rezar
Pedia pra Deus sempre nos ajudar
Que nunca faltasse em nossa mesa o pão
E de nossos pais, sempre a educação
A noite, a lua vinha se banhar
No riacho que passava bem rente ao lar
Mamãe me embalava com suas canções
Senhora bem simples, valia milhões
No fogão de lenha, o bule de café
Meu pai colocava a botina no pe
Pronto para a lida, vida de peão
E eu ali do lado achando tão bom
Criança de hoje não sabe o que é
Chupar mexirica direto do pe
Não sabe que o ovo vem da galinha
E pensam que o leite nasci da caixinha
Criança de hoje não sabe o que é bom
Jogar bola de gude, rodopiar pião
Soltar pipa , correr pasto afora feliz
Carro de rolimã, nossa! Quantos eu fiz
Criança de hoje não sabe o que é
Fazer carrinho de lata, tem tudo o que quer
Não pular corda, não brinca , feito eu outrora
Chupei seriguela, cajá, carambola
Criança não brinca mais não senhor
Criança se perdeu no computador
A criança que eu fui ninguém mais verá
Criança de hoje não sabe brincar