MINHA INFANCIA

Cresci vendo a roça de milho crescer

Feijão, vi meus pais muitas vezes colher

Na várzea ao lado de um matagal

Era lindo ver aquele arrozal

Aipim, gerimum, maxixe,melancia

Na roça, meus pais de tudo colhiam

Galinheiro cheio, dava gosto ver

Leite da vaquinha pra gente beber

Pela estrada afora, pé no chão eu vinha

Feliz , sorridente para escolinha

Cadernos guardados no meu embornal

Aquilo era um luxo, eu achava legal

Aos domingos ia a capela rezar

Pedia pra Deus sempre nos ajudar

Que nunca faltasse em nossa mesa o pão

E de nossos pais, sempre a educação

A noite, a lua vinha se banhar

No riacho que passava bem rente ao lar

Mamãe me embalava com suas canções

Senhora bem simples, valia milhões

No fogão de lenha, o bule de café

Meu pai colocava a botina no pe

Pronto para a lida, vida de peão

E eu ali do lado achando tão bom

Criança de hoje não sabe o que é

Chupar mexirica direto do pe

Não sabe que o ovo vem da galinha

E pensam que o leite nasci da caixinha

Criança de hoje não sabe o que é bom

Jogar bola de gude, rodopiar pião

Soltar pipa , correr pasto afora feliz

Carro de rolimã, nossa! Quantos eu fiz

Criança de hoje não sabe o que é

Fazer carrinho de lata, tem tudo o que quer

Não pular corda, não brinca , feito eu outrora

Chupei seriguela, cajá, carambola

Criança não brinca mais não senhor

Criança se perdeu no computador

A criança que eu fui ninguém mais verá

Criança de hoje não sabe brincar

jose mauro
Enviado por jose mauro em 30/03/2013
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