ADÃO E ERVA – VINNICIUS CLADU
Essa coisa que me vem tão sem explicação
E vai tomando meu corpo
E me mostrando o invisível
Numa visão tremendamente arcaica
Tremenda mente arcaica
Lá vem ela com o seu ar de liberdade
Com seu top jeans azul
E os cabelos no seu rosto
Escondendo o seu olhar
Ela foge de um olhar
Ela estava preocupada, sem saber aonde ir
E ligando apavorada, mas, ninguém ia atender (quatro e quinze da manhã)
Na internet achou um cara que se diz ser seu amigo
E chorou desesperada só tentando relaxar
Na inocência repartida se abriu e o chamou
Em sua casa se encontraram e ela então só desabou
Falou da morte e sua vida que já não fazia sentido
Ele ouviu atentamente e lhe deu a solução
E o medo em seus resquícios dominou o seu olhar
Igual ao Édem, seu jardim desmoronou
E ela cega e de ego baixo aceitou a tentação
E a Erva sem o Adão, outra vez então traiu
E agora ela chora
Pelas ruas da cidade ela vai sem direção
Chora Erva, chora que seu mundo está girando
E você se ver gritando já faz parte do normal
Você não se perdeu naquela curva, na estrada
Você estava entediada procurando se entender
Corra Erva, vista o seu melhor vestido
Saia pela noite, talvez lá você se encontre
E no amanhecer do dia você vai correr na praia
Descalça e só, com as lembranças e fantasma
Que ainda estão perturbar. Há perto um bar
Adão e Erva, quão eterna é a traição
De mãos dadas no passado
E o futuro é a solidão
A solidão...
Feira de Santana – BA. 03.04.13. 14:16.