A VOZ DA FAVELA
Eu sou a voz da favela, ninguém irá me calar,
Hoje eu vou dizer eu vou desabafar,
Sou um filho da favela, nela eu nasci e me criei,
Lá vivo de cabeça erguida, nunca matei, nunca roubei
Sou de um lugar descriminado, mal visto pelos jornais,
Pra muitos da sociedade a favela é maternidade de todos
Os marginais,
Sou muito descriminado por causa da minha cor,
Eu não sou marginal doutor, sou um rapaz trabalhador,
Acordo cedo pra batalha e avezes sai sem café,
Sou um guerreiro na estrada, são Jorge é a minha fé!
A favela é uma senzala, uma preta velha de bengala.
Implorando abolição, somos escravos do sistema e a minha
Carta de alforria e a liberdade de expressão me escutem então,
E também um campo minado, um Paraiso viciado,
E se entrar tome cuidado, a vida é louca e o mundo e cão,
Olhe pra frente, olhe pro lado, não pegue a contra mão...
Tem um tipo marginal, com pose intelectual,
E ele só entra na favela em tempo de eleição, chega abraçando
As crianças, kaô é falsa esperança, ele engana a população,
Minha voz em liberdade através desta mensagem,
S.O.S. autoridade quero projetos sociais, educação para as crianças,
Pra não perderem a esperança e se tornarem marginais, eu peço a paz.