Mãos

Eis as minhas mãos

Tão nuas

E dilaceradas de ilusões

São tuas

Não tenho a quem oferecer

Ninguem as quer

São as mãos tão calejadas

De uma mulher

Que se deu demais

Que perdeu a paz

Por acreditar

Que fôsse capaz

De domar o amor

Ser espinho e flôr

Criar alegria

Na dor

Toma as minhas mãos

Perdoa

Estas mãos desfiguradas

Tão boas

Que te amaram tanto

Te afagaram tanto

E que escondem o encanto

Do amor de mulher .