A metamorfose

*O título é esse pq achei uns papéis e reuni, resultando em algo novo, confuso.

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Achei

Um coração cheio de espinhos

espera numa jaula polida ser domado.

Um cérebro dividido

cujo pedaço de mim foi roubado.

Onde anda eu?

Estou no bolso de quem me procura

por aí, andando sem saber, ver e viver?

Uma gaiola cujas grades são pássaros

que aprisionam o medo da liberdade

dentro de mais um ovo errado,

chamado esperança.

Os limites da prisão são corpos fechados

que vigiam quem detestam

e desejariam ser o diferente esquisito misterioso

que indefinido não conhece fronteiras.

O passado é o abismo

e o futuro o céu.

Separados pelo presente:

a ponte que casou o que pesa e leva

em batismo de fogo.

Foi o homem errado,

que fez o certo e o errado,

conheceu o verdadeiro e o falso.

o último ao morrer

como todos.

O último de nós ao partir para o desconhecido

e lá ficar sem dar notícias, exceto lembranças.

A jaula enferrujou pela maresia do mar

que chegou e encontrou.

A metáfora é a metamorfose.

Virou pretérito perfeito

e só isso fez de perfeito e alcançou sem saber.

Só encontrou imperfeições

mas a si ignorou.

Sopra-se o futuro mas já passou.

Toda uma vida coube apenas numa estrofe.

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 20/07/2013
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