A CARTA DA MORTE

(Quando tudo parece ter dado errado

olha-se o passado que reflete coisas boas

que nada teria acontecido

caso tudo tivesse sido tão exato.

Maldito quem a trouxe com sua carta

de assinatura desconhecida e selo arrancado.

Quem entregará a sua?)

Falam as cartas correspondidas

e o passado se torna tão presente...conhecido.

Volta-se a vida em fatos e datas

e no remetente que fala aos ouvidos.

A velha apagada, esquecida

relembra a juventude perdida

e seus amores: uns vivos, outros mortos

e até desconhecidos...fantasmas sumidos.

Lágrimas borram o vazio da tinta quase extinta

de seu falecido marido.

Será a próxima a pertencer ao desconhecido?

E ao olhar pela aberta janela o mundo em que vive

banhado em luz dourada

eu lá fora a confiro em minha lista eterna

o nome que aparece em língua transcendente...

e a encaro paciente pela cerrada janela transparente:

eu, ela e o ponto final.

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 07/08/2013
Código do texto: T4424347
Classificação de conteúdo: seguro