Vida de Matuto
Vida de Matuto
É noite de lua clara
Pensamento ponteia
Viola enfeitada
Minha fé incendeia
No brejo a Saracura
E a bela alvorada
Juriti na campina
Acorda a passarada
Casinha sem reboco
Na beira do estradão
De tudo tem um pouco
As estrelas beijam o chão
No campo a criação
E o cheiro da terra
Umbigo no sertão
Depois daquela serra
O ranger da porteira
Acorda a minha alma
Meus passos na poeira
É o que me acalma
Pela manhã o sol
Beija o meu ser
À tarde o arrebol
Faz-me espairecer
Vida de caboclo
Sertão em mim raiz
Sentimento louco
Sempre aprendiz
Vida de matuto
Que eu sempre quis.
Tinga das Gerais