EU PARTO PRA RUA

...

No meu tempo de moleque samba de malandro era cadenciado

E eu moleque antenado ficava escutando o que o bamba dizia

Daquilo eu era cria e por isso até cria que num belo dia

Em função daquilo que sentia que Partideiro eu também seria

Batendo em couro de cabrito o que acima descrito já estava escrito...

Nasci como os da minha gente naturalmente mexendo os cambitos...

Foram noites e noites curando uns açoites sob a luz da lua...

E ainda que do meu jeito é dever, é direito o que em mim continua...

Porta voz de uma gente sofrida que com patifaria não compactua

Junto à bandeira essa minha pecha: se a porta se fecha eu parto pra rua...

Parto pra rua atrás da comida e das chances iguais...

Com a caixa de CD, com minha OMB e as notas fiscais...

Cantor, empreendedor, enquadrado até nas Leis Municipais

Mesmo todo documentado já estou cansado de tantos fiscais...

Fiscal do solo, do fisco, do colo de uma mãe gentil...

Vá pro espaço c'a rima mais fácil...

Que hoje eu só quero rimar com Brasil...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 04/01/2014
Código do texto: T4635987
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