FESTIVAIS ETERNOS: " DISPARADA "

Canção vencedora, ( juntamente com A Banda ), do II Festival da Música Popular, realizado pela Tv Record, em 1966, tendo como intérprete Jair Rodrigues, acompanhado dos Trios Maraiá e Novo.

Prepare o seu coração,

pras coisas que eu vou contar.

Eu venho lá do sertão,

eu venho lá do sertão,

eu venho lá do sertão

e posso não lhe agradar.

Aprendi a dizer não,

ver a morte sem chorar.

E a morte, o destino, tudo,

a morte e o destino, tudo,

estava fora do lugar.

Eu vivo prá consertar.

Na boiada já fui boi

mas um dia me montei,

não por um motivo meu

ou de quem comigo houvesse,

que qualquer querer tivesse,

porém, por necessidade

do dono de uma boiada

cujo vaqueiro morreu.

Boiadeiro muito tempo,

laço firme e braço forte,

muito gado, muita gente,

pela vida segurei.

Seguia como num sonho

e boiadeiro era um rei.

Mas o mundo foi rodando

nas patas do meu cavalo

e nos sonhos que fui sonhando,

as visões se clareando,

as visões se clareando,

até que um dia acordei.

Então não pude seguir,

valente, em lugar tenente

e dono de gado e gente,

porque gado a gente marca,

tange, ferra, engorda e mata

mas com gente é diferente.

Se você não concordar,

não posso me desculpar,

não canto pra enganar.

Vou pegar minha viola,

vou deixar você de lado,

vou cantar noutro lugar.

Na boiada já fui boi,

boiadeiro já fui rei,

não por mim nem por ninguém

que junto comigo houvesse,

que quisesse ou que pudesse,

por qualquer coisa de seu,

por qualquer coisa de seu,

querer ir mais longe do que eu.

Mas o mundo foi rodando

nas patas do meu cavalo

e já que um dia montei,

agora sou cavaleiro.

Laço firme e braço forte

num reino que não tem rei.

VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=82dRs2z6iQs

Geraldo Vandré e Théo de Barros
Enviado por Téo Diniz em 28/04/2014
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