CONTO DE APRENDIZ

Em um canto, em um lugar, eu vou te encontrar,

Eu sei que minha estrela um dia vai brilhar,

Eu vou fazer de tudo, sei que vou vencer.

Mesmo que o tempo todo, alguém me diga não,

Não posso desistir, solto a respiração,

Preciso ir embora, vou deixar você.

O caminho a percorrer é cheio de ilusão,

Mas eu sou dono de mim e posso dizer não.

A estrada que me leva a algum lugar,

Não faço a menor ideia onde vai parar...

Sou mero velejador, aqui no arpoador,

Nas águas desse mar, agora sei quem sou,

O sol se despediu e acenou pra mim.

De carona e mochilão, a pé ou num carrão,

Eu sou o mesmo cara de um batalhão

Que quer chegar ao longe, quer chegar ao fim...

Abro a janela e saio logo de manhã;

E não trago no meu peito nenhum talismã.

Um Vesúvio que agora solidificou;

Uma voz tão rouca que o tempo apagou.

Minha mãe, um belo dia, veio me falar:

Meu filho, um dia, a sorte vai te encontrar,

Será, então, que esse dia enfim chegou?

Já não me encontro mais no conto de aprendiz,

Agora faço coisas que eu nunca fiz,

Já não sou mais o mesmo, ou o mundo que mudou?

Peço um chá de menta quente, frio pra nós dois.

E se não puder agora, deixa pra depois.

Conta um conto fictício pra eu poder dormir;

Não me leva mais pra cama, fico por aqui.

Um menino que cresceu , agora endureceu

E precisa saber que o mundo não é seu

E que René Descartes nunca foi normal.

Sei que posso ser um cara bem especial,

Pôr um rei na barriga, achar que sou o tal,

Mas isso é perigoso, pode ser fatal!

Está chegando o momento, vou me despedir!

Mas não vou dizer adeus, te vejo por aí...

Canto os versos de um poema que fiz pra você,

E no fim da história não sei mais o que dizer...

La, la, la, la, la, la, la,la, la...