FONTE DA VIDA - ÁGUA

Quando não mais houver uma só gota de água,

Do ser brotará milhões de gotas de lágrimas.

Quando ainda houver a mais dissonante rima:

Seca, morte, sede...para rimar com m`água.

Quando não mais houver água nas veias, sangue nos rios...

Quando nos, seres humanos, sentarmos no banco dos réus,

Seremos sentenciados pela devastação, a degradação... das cachoeiras, veredas e sangas. Pelo extermínio dos peixes, do chão...

Água, fonte da vida, dona da vida – água!

Presente, onipresente sempre! bolsa d`água.

Movimento, alimento...fértilidade.

Indispensável ao ser, à vida...líquida, congelada.

Quando não mais pudermos molhar o corpo e a palavra.

Quando de, sequidão, sentir calor, tremor a alma.

Quando vier a secar: o rio, o ar, o mar, o mandacaru,

O xique-xique, o juazeiro, a palma...

Não, na palma da mão não haverá

Destino certo para se trilhar.

Somente o pé na estrada, o pó.

Só lágrima e não suor – e morte.

Só mágoa – no planeta água.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 14/05/2007
Código do texto: T486423