CANTO NOVO
Eu quero o canto novo
que me faça remoçar
exato, enxuto, breve
o leve vôo de pluma.
Eu quero a palavra
em brasa, em carne viva,
fios de luz que saltam
e dissipam a bruma.
Um dia, quem me dera,
cantar claro e em bom tom,
meu canto de menino,
o amor plural e alheio.
Um dia, quem me dera,
melodia e versos bons,
meu canto, meu destino
a vida é meu recreio.
Idéia e poesia são
oxigênio e a transpiração
quero a canção a me transportar
do chão para ao ar, levitar.