Abstráto viveiro
Abstrato viveiro
Mariano P. Sousa
Quando o sol se esconde
E a noite cai,
Sem trazer ninguém,
A saudade vem
E você se vai.
Quando a estrela brilha
E a noite esfria,
Lembra as frases doces,
Que o coração trouxe
E você dizia.
A coruja canta,
O cachorro espanta,
O desejo aumenta,
O peito lamenta
E meu medo levanta.
A canção é doce,
Fala de amor
O amor é início,
Ganho e desperdício
De prazer e dor.
A penumbra mostra
A cor do silêncio,
Difícil de ver,
Vive para ser
Um poder imenso.
Leva a mundos distantes,
Universos diversos,
Pra viver esse mundo,
Caminhando a fundo
Essa dor não meso.
Vem a madrugada
Junto à sua imagem,
Alucinação,
Enche o coração
De delírio e miragem.
Flores fictícias,
Jardim inexistente,
Nascem no canteiro,
Abstrato viveiro,
Do jardim da mente.