SEM TUGIR NEM MUGIR

Eu tô cismado, tô afobado, desconfiado...

Ando intrigado, ando assombrado, encafifado.

Meio atarantado, meio emproado, ando fagueiro.

E desarvorado, e estatelado, e também lampeiro.

Me estrebuchando porque a vida emparafustou.

Meio abobalhado, porque o olhar se esbugalhou.

E nessa vida louca, sigo fazendo o maior escarcéu.

E encabulado! A minha sorte se escafedeu.

Fechando janelas, desconfiado, esbaforido.

Abrindo tramelas, desnorteado e distraído.

Fazendo algazarra, meio sorrateiro, desencontrado.

É mesmo um pandemônio viver nesse mundo desencantado.

Sem mugir nem tugir. Sem tugir nem mugir.

Nessa caminhada eu sigo, sem ter abrigo.

Sem tugir nem mugir. Sem mugir nem tugir.

Sigo nessa caminhada, sem dizer nada.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 25/05/2007
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