Sem nome (por enquanto)

A cidade vai guardando seus velhos

Que perecem de tanto sofrer

Identidade se apaga dos velhos

Que se esquecem, mas lembram bem como se viver

Ana Amélia resistente, disse que não ia morar

Com sua nova nora que não sabia cozinhar

Seu João, sorridente, dá bom dia, boa tarde

E que deus te abençoe a todos da cidade

Zé de Pedro se levanta, quando vai te cumprimentar

Dona Maria mãe de todos, depois de tanto labutar

Pegou dois netinhos e os levou pra criar

Leonardo esperançoso, diz que ainda vai casar

Pois o amor não tem pressa, nem tem que acabar

Seu Arlindo raizeiro pra tudo tem um chá

Os velhos usam remédios do mato

se preocupam (por demais) com os assaltos.

Uns velhos abusam seus filhos com tanto cuidado,

e se lambuzam ao comer pirão com fato.

Os velhos se assustam com moleques danados

E perturbam quando às 5 já estão acordados

Os velhos acusam os filhos de ser relaxados

Com os netinhos, que ficam muito largados

Os velhos sabem mais que muita gente sabida

Mas tem suas cãs escondidas

Os velhos sabem mais que muita gente sabida

Mas tem sua voz reprimida

E sofrem no fim da sua vida

Mas Resolvem sorrir na despedida

Lucas Rosário
Enviado por Lucas Rosário em 22/10/2014
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