Sem nome (por enquanto)
A cidade vai guardando seus velhos
Que perecem de tanto sofrer
Identidade se apaga dos velhos
Que se esquecem, mas lembram bem como se viver
Ana Amélia resistente, disse que não ia morar
Com sua nova nora que não sabia cozinhar
Seu João, sorridente, dá bom dia, boa tarde
E que deus te abençoe a todos da cidade
Zé de Pedro se levanta, quando vai te cumprimentar
Dona Maria mãe de todos, depois de tanto labutar
Pegou dois netinhos e os levou pra criar
Leonardo esperançoso, diz que ainda vai casar
Pois o amor não tem pressa, nem tem que acabar
Seu Arlindo raizeiro pra tudo tem um chá
Os velhos usam remédios do mato
se preocupam (por demais) com os assaltos.
Uns velhos abusam seus filhos com tanto cuidado,
e se lambuzam ao comer pirão com fato.
Os velhos se assustam com moleques danados
E perturbam quando às 5 já estão acordados
Os velhos acusam os filhos de ser relaxados
Com os netinhos, que ficam muito largados
Os velhos sabem mais que muita gente sabida
Mas tem suas cãs escondidas
Os velhos sabem mais que muita gente sabida
Mas tem sua voz reprimida
E sofrem no fim da sua vida
Mas Resolvem sorrir na despedida