O Bóia-Fria

"De manhãzinha quando ainda está escuro

O galo canta ele vem me acordar

Faço o café e tomo com pão duro

Não tem futuro, vivo sempre a lamentar

Logo bem cedo preparo o meu almoço

Faço a marmita pro trabalho vou levar

Ligo o rádio uma cantiga ouço

De um pobre moço que trabalha sem parar

Sou bóia-fria, sou

Sertanejo forte e bravo

No frio ou no calor

Eu trabalho como escravo

No peito a solidão

E no meu coração

A rosa do meu cravo

De tardezinha de novo está escuro

Volto pra casa e espero encontrar

Minha família que teve um dia duro

Tão inseguro eu não sei vou jantar

Chego na casa e vejo meus filhinhos

Sem alegria, pois não deu pra estudar

Não tinha calça, camisa e sapatinhos

Nem caderninho pra lição copiar

Sou bóia-fria, sou

Sertanejo forte e bravo

No frio ou no calor

Eu trabalho como escravo

No peito a solidão

E no meu coração

A rosa do meu cravo."

Renato Brial
Enviado por Renato Brial em 26/05/2007
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