O Vaqueiro e o Estradeiro
Com o aboio do Vaqueiro
A viola e o estradeiro
No alforje traz os versos
Longa prosa do mineiro
O Vaqueiro chama o gado
Belo canto no sertão
A poeira é cortina
O silêncio beija noite
É o Caboclo no rincão
Nas andanças e paragens
A saudade no embornal
O Vaqueiro e a lua
Feito bainha e punhal
O amor arde por dentro
É vela no castiçal
Ele pede em silêncio
Com o chapéu em tuas mãos
Os seus olhos beijam o céu
Em singela oração
O Vaqueiro na empreitada
Com a boiada a lidar
Estradeiro e a viola
À sombra do Jequitibá
Canta para o Vaqueiro
Um canto de despedida
Suas lágrimas e a brisa
Em meio à criação
Não sabe quando vai voltar
Ele vai sertão adentro
Com seu o aboio ao vento
Saudade de Vaqueiro
É feito o gado no relento
Sua alma sente frio
Mas sua amada está por dentro
Ela sabe da sua volta
E que é no fim do mês
Ela com o terço na mão
Agradece aos Santos Reis