O Vaqueiro e o Estradeiro

Com o aboio do Vaqueiro

A viola e o estradeiro

No alforje traz os versos

Longa prosa do mineiro

O Vaqueiro chama o gado

Belo canto no sertão

A poeira é cortina

O silêncio beija noite

É o Caboclo no rincão

Nas andanças e paragens

A saudade no embornal

O Vaqueiro e a lua

Feito bainha e punhal

O amor arde por dentro

É vela no castiçal

Ele pede em silêncio

Com o chapéu em tuas mãos

Os seus olhos beijam o céu

Em singela oração

O Vaqueiro na empreitada

Com a boiada a lidar

Estradeiro e a viola

À sombra do Jequitibá

Canta para o Vaqueiro

Um canto de despedida

Suas lágrimas e a brisa

Em meio à criação

Não sabe quando vai voltar

Ele vai sertão adentro

Com seu o aboio ao vento

Saudade de Vaqueiro

É feito o gado no relento

Sua alma sente frio

Mas sua amada está por dentro

Ela sabe da sua volta

E que é no fim do mês

Ela com o terço na mão

Agradece aos Santos Reis

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 13/11/2014
Reeditado em 13/11/2014
Código do texto: T5033641
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