É O PRÓPRIO SAMBA QUE ME LIVRA A CARA

Desde pequeno, se pinta o veneno ...

É o próprio samba que me livra a cara...

Mesmo até quando minado o terreno...

Destemidamente o guerreiro encara...

A responsa que vem da trincheira...

Levar a bandeira pra linha de frente...

No combate à tristeza, ao lamento, ao cortejo...

Rolou foi rastejo com faca no dente...

Lá vai o malandro rimando peleja...

C'aquela cerveja do final do dia...

Sorriso brilhante igual luz no escuro...

Mais um golpe duro na patifaria!

Brotou daquilo que eu aprendi desde menino c'um tal Chico Preto...

Miscigenado, "Verdeamarelo"... Sou "Negro-branquelo": produto do Gueto...

Sou mais um cuja a vida deu de presente

A luz do repente, o dom de versar...

Salve Jovelina, a "negona" divina...

Que sempre ilumina esse meu cantar....

Já disse que o samba é quem me socorre...

Por isso não morre esse meu laraiá...

Eu também sou da Vila, quietinho na fila...

Olha aqui não vacila pr'eu não te mular...

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 07/02/2015
Código do texto: T5129251
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