Labuta de Um Caboclo

Eu acordo bem cedo

Com o canto da Saracura

Não tenho medo

Ninguém me segura

Ela é três potes

E tem um lindo cantar

Sou um caboclo enraizado

E os meus passos

É um carimbo

De sol a sol

De domingo a domingo

Da minha terra eu sei cuidar

Espero a chuva com fé em Deus

Adentro com alma no meu torrão

Não tem perigo que me embaraça

Trago comigo meu alazão

Olho pro meu crucifixo a tempestade passa

E a calmaria brota no meu sertão

Quando é tardinha pego a viola

Canto uma moda para agradecer

A roça me consola

É dura a labuta pra sobreviver

Agora eu vou descansar meu esqueleto

Que amanhã bem cedinho o suor vai escorrer

Tinga das Gerais

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 12/02/2015
Reeditado em 07/08/2017
Código do texto: T5134489
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