NA VILA DOS DESESPERADOS
Na Vila dos Desesperados
carregamos nossa cruz.
O dia já amanhece tarde,
nada nos seduz.
Na Vila dos Desesperados
carregamos nossa cruz.
É flor que nasce sem pétalas,
é prego na testa.
Vida escura e sofrida
onde sempre é despedida.
Caminhamos sem sentido.
Nos tímpanos, só ruído.
Amigo não se esqueça
que a lida do dia-a-dia
é fardo nas costas
em direção às fossas.
Quando a jornada se finda
não termina a agonia ainda.
Continua o suor pelo rosto,
só se colhe osso.