NA VILA DOS DESESPERADOS

Na Vila dos Desesperados

carregamos nossa cruz.

O dia já amanhece tarde,

nada nos seduz.

Na Vila dos Desesperados

carregamos nossa cruz.

É flor que nasce sem pétalas,

é prego na testa.

Vida escura e sofrida

onde sempre é despedida.

Caminhamos sem sentido.

Nos tímpanos, só ruído.

Amigo não se esqueça

que a lida do dia-a-dia

é fardo nas costas

em direção às fossas.

Quando a jornada se finda

não termina a agonia ainda.

Continua o suor pelo rosto,

só se colhe osso.

Marcos Arrébola
Enviado por Marcos Arrébola em 12/06/2007
Código do texto: T523891