O Amor é Mesmo Assim

Tudo o que nasceu do amor é mentira,

E mentir é fácil demais.

Saiu do ventre os elementos que destrói,

Perturba a alma e dilacera nossa paz.

Me apego ao tédio,

Que me apresenta a morte como saída.

Tenho dúvidas da felicidade,

Melancolia é companheira constante da vida.

Minhas interrogações se estendem

Dentro do meu universo adolescente.

Estou cheio de elementos distintos,

Qual me acusa de ser diferente.

Raro momento de sossego e outro,

Eu, andarilho sofredor...

Encontro turbulência doentia

Quando chega a tempestade do amor.

O meu eu é lírico

E seu amor é ímpeto

É igual à insegurança e o perigo.

Sei que tudo é finito

O romantismo é um feroz envolvimento,

Onde a falta de atenção,

Traz a necessidade de um preenchimento.

O caos está no mesmo plano do relacionamento

Pregando ao vento que tudo durará para sempre.

Quantas ilusões!

Nada mais que uma mentira estúpida reluzente.

A dor ganhou um novo uniforme,

Como uma ânsia que percorre em nossas veias

A queixa é procedimento comum na minha obra

Onde a fome de afeto se senta à mesa para a ceia.

O meu eu é lírico

O seu amor é ímpeto

É igual à insegurança e o perigo

Na idade dos porquês

Acumulei muitas perguntas.

Hoje vejo que cresci

E sem resposta veio angústia.