Não há nada aqui
Não há nada tão agonizante quanto não saber o que falar...
Não há nada tão confortável quanto o teu abraço...
E não há nada tão patéticamente estúpido quanto os meus óculos escuros...
Eu vou pra janela para poder ver algo lá fora
enquanto eu estou me cobrindo...
Com o véu que eu mesma criei
melhor que qualquer máscara.
É véu de seda, macio, é leve
e quando chegar a hora o vento leva embora.
Eu preciso de um céu aberto para olhar algo
e me distrair enquanto você permanece aqui.
De alguma luz que me faça fixar os olhos
e esquecer de todo esse barulho.
Os outros bebem pra esquecer,
mas eu bebo pra lembrar...
Eu não me sinto mal por estar só, mas você sabe...
Que aqui é onde eu me sinto confortável
mesmo sem óculos escuros.
Eu não retiro uma palavra sequer,
Mas acabei cortando algumas...
só algumas...