A Deusas

Quantos rosários pequei

Quantos infernos rezei

Todos por vós oh senhoras

Mas juro não mais já não hei

Morre mulher morre logo

Já que tu não podes nascer

Deixa eu regar sempre-vivas

Deixa-me enfim convencer

Artes do nicho dos ventos

Não vives nem deixas viver

Quantos rosários ...

Passo a faca no sonho

Já nem sangue sabe verter

Abro as nuvens com sopros

Quero futuros beber

Luas e deusas antigas

Não quero reconhecer

Quantos rosários ...

Lanço as velas à sorte

Aos ventos do deus-dará

Seja pro sul ou pro norte

A rota é não mais ficar

Seja-te a terra bem leve

Passado, te deixo cá

(ritmo: valseado)

(Pitangui, MG, 1970)

William Santiago e Reinaldo Rohr
Enviado por William Santiago em 25/01/2016
Código do texto: T5522674
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