HISTÓRIA DUM SAMBISTA CANTADOR

Um Sambista serelepe e brincalhão

Era o bamba pra essas bandas do sertão

Se metia em toda roda de pagode

Era doutor no cavaco e violão

O Sambista era o feitiço das morenas

Quando cantava encantava os corações

Era o Sambista mais querido entre os queridos

Cantarolando e caprichando nas canções

Até que um dia por ali apareceu

Um figuraço muito rico e solteirão

Enciumado com o prestígio do Sambista

Logo inventou de criar caso e confusão

Em qualquer parte que o Sambista ia tocar

Aparecia um capanga do ricaço

Não tinha jeito do Sambista evitar

Tudo acabava no maior estardalhaço

O Sambista deixou de tocar viola

Amargurado passou a se embriagar

Tudo por causa do capricho do ricaço

O que existe é só tristeza no lugar

E agora a lua quando sai na madrugada

Desanimada não quer mais alumiar

Por isso a noite sem viola é tão calada

Pois o silêncio do Sambista faz chorar

Quando chegaram no barraco do Sambista

Um quadro triste fez o povo revoltar

Pois encontraram o Sambista pendurado

Numa corda da viola que usou pra se enforcar

E sobre a mesa um bilhete que dizia

Se aqui na terra eu não posso mais cantar

Talvez no céu haja espaço prum Sambista

Que fez do samba uma cantiga popular...(bis)

Marçal Filho e Saulo Campos
Enviado por Marçal Filho em 07/02/2016
Reeditado em 20/03/2024
Código do texto: T5536384
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