Rosa amor.

Dizes que me amas a toda hora,

insistes e reclamas minha demora,

mas não te fazes em público

nem trazes ao púlpito

todo amor que despetalas

apenas quando me desnudas.

Meu bem, até sou dessas mulheres

que se entregam por besteira.

Rameira, dou-me sem pressa.

Entro nessa e saio quando quiser,

como se um dengo fosse minha vida,

faço vida entre minhas coxas de mulher.

Mas meu último amor, de tão bom,

me estragou e entre minhas coxas,

tantas outras encontrou ao entrar

na minha vida tão lida e relida.

Os cartazes de outros rapazes

já não me surpreendem mais ao sair.

Por isso o amor que declamas

não me atrai quanto reclamas.

Lembro das pétalas nas flores

e tu não sabes tirar as minhas,

sem me provocares dores,

nem sabes o que me desencaminha.

Ele me trazia ramos sem flor,

fazia travesseiro e colchão

porque me via a completar

porque vinha me cheirar

convencia-me poderosa,

eu era sua rosa amor!