Pé redondo

Bola roda roda demais

Cuida que o mundo em roda te faz

E a roda depois de ser roda

Vicia na moda não quadra jamais

Os mil novcentos nos vêm perguntar

Aonde essa ânsia essa crença vai dar

Tempo das marcas disformes

Dos pés na poeira no pó do caminho

Tempo de estrepe e de espinho

Dos cacos de vidro na sola dos pés

Gira girassol bonita

Ciranda tem que rodar

Mas num dente de engrenagem

Não o pode o homem

Ver-se transformar

A estrada lamacenta

Suja ou poeirenta

Não existe mais

Pois o homem tão moderno

Tem os pés redondos

Como seus iguais

Gira girassol bonito

Ciranda tem que rodar

Mas o dente da engrenagem

Não pode o homem

Vir a mastigar

(Pitangui, MG, 1988)

(Rimo: Valseado)

William Santiago, Reinaldo Rohr e Jonba Freitas
Enviado por William Santiago em 18/02/2016
Código do texto: T5547236
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