RESQUÍCIOS DA MEMÓRIA SENIL

RESQUÍCIOS DA MEMÓRIA SENIL

"Quem não é belo aos 20, nem forte aos 30,

nem rico aos 40, nem sábio aos 50, nunca

será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio".

G. HERBERT

Eis que, de repente, me veio a lembrança de um "jingle" (era assim que se denominava a parte musical dos antigos "reclames", a propaganda na TV dos anos 60) das Casas Pernambucanas, onde uma dona de casa bem parecida com a Vilma -- esposa dedicada de Fred Flinstone -- saía dançando pela sala, a cantar, depois de enfrentar uma espécie de lobisomem, representando o frio. Passados 50 ANOS a imagem segue indelével em algum canto da memória, assim como os 3 porquinhos a seguir a mamãe-porca, noutro anúncio, esse das famosas CASAS DA BANHA... "vou dançar o chá-chá-chá"! Quem diria... 600 MESES depois os porquinhos ainda dançam dentro do meu cérebro senil, os metais estridentes ecoando no cerebelo indefeso.

Mas, o anúncio que mais me impressionou era um desenho, curiosamente nos primórdios da TV nacional quase tudo era desenho, creio eu que produzido nas Estados Unidos, provavelmente as empresas de marketing da época não teriam "know-how" (conhecimento técnico, lê-se "nou-ráu"). Contava a história de uma tartaruga ferida, salva por um pescador japonês e que, como prêmio, o leva para o Brasil nas costas, até que a saudade faz Hiurashi Mataho querer voltar para sua terra natal, de avião da VARIG, é claro. Essas canções gravo em breve no meu espaço no YouTube, registro necessário de lindas obras do gênio humano.

Junto com elas segue uma de minha autoria, de 1990/91, "ressurgida" a poucos dias das brumas de meu cérebro senil. Lembro que fizemos uma gravação caseira dela, registro em fita cassette com WAL(dilson) ALBUQUERQUE improvisando lindamente no violão, Nelson Guedes no berimbau-viola, meu irmão Renato no atabaque e eu na gaita-de-boca e no berimbau-gunga. Na letra simplérrima a oportunidade de uma "jam session" com solos de todo tipo, bem ao estilo de AIRTO MOREIRA (e Hermeto Paschoal) na canção-pop "O Gaio da Roseira", dos anos 70.

NA BEIRA DO MAR

I

na beira do mar

eu vi...

eu vi a sereia cantar !

I I

Então,

acho que adormeci...

penso até que

morri

nos braços de Yemanjá !

"NATO" AZEVEDO (1990?)

OBS: os versos se repetem seguidamente, indo e voltando, quase num "mantra" tupiniquim !

"NATO" AZEVEDO (escritor e compositor) - 18/julho 2016