AVÔHAI, LETRA DA MUSICA DE ZÉ RAMALHO

AVÔHAI, LETRA DA MUSICA DE ZÉ RAMALHO

Um velho cruza a soleira

De botas longas de barbas longas de ouro o brilho do seu colar

Na laje fria onde quarava sua camisa e seu alforje de caçador

Oh meu velho e invisível Avôhai

Oh meu velho e indivisível Avôhai

Neblina turva e brilhante em meu cérebro coágulos de sol

Amanita matutina que transparente cortina ao meu redor

Se eu disser que é mei sabido você diz que é bem pior

Mas é pior do que planeta quando perde o girassol

É o têrço de brilhante nos dedos de minha avó

E nunca mais eu tive medo da porteira

Nem também da companheira que nunca dormia só

Avôhai

Avô e o pai

Avôhai

O brejo cruza a poeira

De fato existe um tom mais leve na palidez desse pessoal

Pares de olhos tão profundos que amargam as pessoas que fitar

Mas que bebem sua vida sua alma na altura que mandar

São os olhos são as asas/cabelos de Avôhai

Na pedra de turmalina e no terreiro da usina eu me criei

Voava de madrugada e na cratera condenada eu me calei

Se eu calei foi de tristeza você cala por calar

E calado vai ficando só fala quando eu mandar

Rebuscando a consciência com medo de viajar

Até o meio da cabeça do cometa

Girando na carrapeta no jogo de improvisar

Entrecortando eu sigo dentro a linha reta

Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar

Avôhai, avôhai, avôhai, avôhai

Por: Roberto Barros

ROBERTO BARROS XXI
Enviado por ROBERTO BARROS XXI em 01/08/2016
Código do texto: T5715236
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