Profeta de Agosto

A morte vem sempre aqui

No riso de quem não quer

Ás vezes despreza o homem

Mas leva-lhe a mulher

O câncer ou um enfarte

O fogo ou o lotação

Tem gente que vive em parte

Tem morto já o coração

Eu vi o rosto liso do Profeta de Agosto

À tarde tinha um friso e o friso é meu desgosto

Eu vi ...

Procura-me encapuçado

Vem logo a minha vez

Desta ou de outra maneira

É hoje ou no outro mês

Eu vi o rosto liso ...

Os ventos de mau agouro

Desídias do mês de agosto

As velas em cada canto

São quatro último imposto

Eu vi o rosto liso ...

(Pitangui, MG, 1972)

(Ritmo: Baião)

William Santiago e Reinaldo Rohr
Enviado por William Santiago em 23/09/2016
Código do texto: T5769798
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.