Povo

Eira espiga, arados na terra

Seiva debulha, bom coração

Fome, lareira, um não à guerra

E um cantar da nova canção

Ferro malhado, chapa soldada

Fato-macaco, pó na garganta

Rosto sombrio, angústia marcada

Chora ri e já não se espanta

Aquela maré que é prisão

Peixes presos na cela a sorrir

P´ros homens que anseiam pão

Desse pão que lhes teima em fugir

Malas na mão comboio à ilharga

Peito repleto mas só de esperança

Filhos mulheres não vão nesta carga

França, Berlim o sitio da dança

Filhos do povo os homens fardados

Têm filhos que deixam na terra

Cantam, trabalham e são vingados

Pois acabou a infâmia da guerra.

lucianobarata
Enviado por lucianobarata em 27/07/2007
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