Povo
Eira espiga, arados na terra
Seiva debulha, bom coração
Fome, lareira, um não à guerra
E um cantar da nova canção
Ferro malhado, chapa soldada
Fato-macaco, pó na garganta
Rosto sombrio, angústia marcada
Chora ri e já não se espanta
Aquela maré que é prisão
Peixes presos na cela a sorrir
P´ros homens que anseiam pão
Desse pão que lhes teima em fugir
Malas na mão comboio à ilharga
Peito repleto mas só de esperança
Filhos mulheres não vão nesta carga
França, Berlim o sitio da dança
Filhos do povo os homens fardados
Têm filhos que deixam na terra
Cantam, trabalham e são vingados
Pois acabou a infâmia da guerra.